EUNICE GUTMAN
Eunice Gutman começou sua trajetória no cinema na Bélgica, no curso de cinema da INSAS (Instituto Nacional Superior de Artes, Espetáculos e Técnicas de Difusão) de Bruxelas, onde se formou com menção honrosa, passou a trabalhar com a edição de programas de televisão belgas e franceses. Ainda nos anos 70, volta ao Brasil, onde começa a trabalhar com edição de comerciais para a TV e filmes como “Os Doces Bárbaros” (Jom Tob Azuley, 1976), onde também atuou como roteirista.[1]
No mesmo ano, estreou na direção com o documentário “E o Mundo era Muito Maior que a Minha Casa” (1976), sobre o processo de alfabetização de adultos na zona rural do Rio de Janeiro. Em seguida, realizou três curta-metragens com Regina Veiga, com destaque para “Só no Carnaval”(1982). A maior parte de sua obra se dedica a analisar o papel da mulher na sociedade. Em 1985, lançou o curta-metragem documental "A Rocinha Tem Histórias" que ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Brasília e Gramado [2].
Por conta de sua atuação aglutinadora junto à classe cinematográfica, Eunice Gutman foi presidente da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD/RJ) entre 1985 e 1987, além de sócia-fundadora da ABRACI — Associação Brasileira de Cineastas [3], onde participa, atualmente, da diretoria. Organizou também, com outras cineastas, o Coletivo de Mulheres de Cinema e Vídeo do Rio de Janeiro.[carece de fontes]
Entre 2005 e 2007 realizou filmes para o Projeto Memória Viva do CEDIM [4], então Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro. E em março de 2015 recebeu o Prêmio Leolinda Daltro, em sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.[carece de fontes]
Seu último filme lançado foi o longa “Luzes, Memória, Mulheres e Ação” que foi exibido na 4ª Mostra de Cinema de Mulher[5], realizada em Franco da Rocha (SP). O filme narra episódios do movimento das mulheres no Brasil e no mundo, passando por diferentes etapas de lutas, da Revolução Francesa às primeiras manifestações no início do século XX. O filme transita entre entrevistas, cenas teatrais e imagens históricas.[carece de fontes]
Filmografia
Como Diretora
E O Mundo era Muito Maior que a Minha Casa (1976)
Com Choro e Tudo na Penha (1978)
Anna Letycia (1979)
Só no Carnaval ( 1982)
Vida de Mãe é Assim Mesmo? (1983)
A Rocinha tem Histórias (1985)
Duas Vezes Mulher (1985)
Tempo de Ensaio (1986)
Mulheres, Uma Outra História (1988)
Benedita da Silva (1990-1991)
Amores de Rua (1994)
Femenino Sagrado (1995)
Segredos de Amor (1998)
Palavra de Mulher (1999-2000)
Outro Lado do Amor (2000-2003)
Nos Caminhos Do Lixo (As Catadoras de Jacutinga) (2009)
Como Editora
Intimidade (1975)
Os Doces Bárbaros (1977)
O Samba da Criação do Mundo (1979)
O Bandido Antônio Dó (1980)
Corações a Mil (1981)
O Mágico e o Delegado (1983)
“Duas Vezes Mulher,” conta a história de duas mulheres do interior do Brasil que mudam-se para o Rio de Janeiro em busca de seus sonhos. Ambas constroem suas casas numa das favelas da metrópole.
O filme “Só no Carnaval” conta a história de homens brasileiros —muitas vezes incentivados por suas esposas—que gostam de se vestir de mulher durante o Carnaval. Assista ao curta e aos comentários da diretora abaixo.
Cineasta Eunice Gutman fala sobre seu filme “Só no Carnaval.”
O filme “A Rocinha Tem Histórias” narra a vida, sonhos e crenças limitantes dos habitantes da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro— uma das maiores favelas do mundo.
É um retrato da realidade das escolas comunitárias, onde crianças e educadoras, todas moradoras da Rocinha, se empenham na luta pela conquista do espaço social necessário à sobrevivência da comunidade.
* Prêmios:
Melhor Direção e Melhor fotografia, I Rio Cine Festival, 1985 * Melhor Direção, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, 1985. * "Margarida de Prata" da CNBB, 1986. * Melhor Direção, Festival de Gramado, 1987.